Dan Ruledge da revista Rip It Up conduziu umaentrevista com o baterista do Metallica, Lars Ulrich, antes do show da banda em outubro de 2010, em Auckland, Nova Zelândia. Você pode conferir a primeira parte da conversa em vídeo no final da matéria.
Sobre as coisas mais loucas que ele já leu sobre si próprio na internet:
Ulrich: “Eu não leio muito dessas coisas. Quero dizer, claro, você acaba olhando, mas você tenta não olhar... O grande lance da internet, obviamente, é que você tem acesso à informação e você pode achar... não há necessidade de cópias físicas e se você quiser checar uma resenha rápida ou o que alguém [escreveu], tá tudo lá. O lance ruim da internet, claro, é que dá a todo mundo uma opinião e dá a todo mundo meio que... eles têm a chance de ser anônimos. E algumas vezes, como você sabe, as coisas que as pessoas podem escrever e acabam escrevendo não são particularmente agradáveis ou respeitosas. Então eu sou meio calejado e tenho sido bem calejado por boa parte da minha vida. À medida que envelheço um pouco, eu me encontro sendo menos e menos interessado em... você sabe, quando você tem 20 ou 30 anos de idade, é aquilo de ‘Oooh, o que as pessoas estão pensando? O que as pessoas estão escrevendo?’ À medidas que você chega aos 150 anos como eu, fica um pouco menos interessante; eu não o faço muito ainda. Mas, claro, quando você começa uma turnê ou seja lá o que for, seus empresários, eles te mandam seis links, seis resenhas do show ou qualquer coisa – esse tipo de lance. Mas eu não passo muito tempo sentado, procurando por mim mesmo no Google ou achando o que alguém... eles dizem. Quero dizer, ouça, eu sou um viciado em internet tanto quanto todo mundo é, mas não tanto sobre mim; [estou] procurando por coisas que sejam mais interessantes.”
Ulrich: “Eu acho que provavelmente a coisa mais estranha foi no alvorecer do lance do Napster (o Metallica notoriamente processou o Napster original, vários anos atrás, por tornar a música da banda disponível online sem a permissão do grupo) – e eu não sou um cara que passa muito tempo se defendendo; eu não sinto essa necessidade particular de ser combativo – mas aquele lance do Napster… Bem, as duas coisas sobre o Napster que foram bem estranhas era que nós éramos anti-internet… quero dizer, provavelmente, na minha casa… eu acho que nós temos tipo, nove computadores. Temos, tipo, um computador em cada cômodo. Eu tenho um iPod, eu tenho tipo, três iPhones… quero dizer, eu sou uma biscate de computadores. Falando sério, eu sou a razão pela qual (o chefão da Apple) Steve Jobs vendeu metade das geringonças que ele vendeu. Acredite em mim. Então essa coisa toda, tipo ‘Lars Ulrich é anti-internet.’ Isso foi lançado lá fora. A outra coisa que veio no meio de tudo aquilo era sobre Lars Ulrich ser realmente ganancioso. Eu sempre tive uma relação incrivelmente desprendida com dinheiro. Tipo, quando eu não tinha dinheiro algum, não era nada que importasse pra mim. E agora que somos afortunados por ter algum dinheiro, o dinheiro não desempenha um papel em nada do que fazemos, isso não tem importância em nada que eu faça. Eu não me sento e olho pros meus saldos bancários e micro-empresario o Metallica… Se fizermos isso ou se fizermos isso… isso vai dar 17 dólares… Nada disso acontece de jeito algum. Quero dizer, o grande lance de ser bem-sucedido é, obviamente, no surgimento do que vem… te dá liberdade, te dá liberdade pra não pensar nisso, na verdade; essa é a melhor coisa.”
Ulrich: “Mas esse lance, tipo, que nós somos um tipo de pessoas Gene Simmons, que sentam lá e contam centavos ou algo assim, é absolutamente absurdo. Essas foram as duas coisas estranhas que vieram com aquilo. Somos maníacos por controle? Totalmente. Culpados do crime, meritíssimo. Estamos interessados em, tipo, controlar o que acontece com o Metallica e nossas canções e nosso nome e todo esse tipo de coisa. Mas anti-internet? Loucura. E ganancioso. Pura loucura.”
O Metallica fez um total de 216 shows em 800 dias, além de já está confirmado como atração principal do Rock in Rio ano que vem no Brasil.
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